“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade” (1 Coríntios 5.7-8).
A nossa
páscoa é saber que Deus veio ao mundo, padeceu pelos pecadores e que,
agora, podemos tê-lo na nossa vida, podendo degustar da ação de Deus, por meio da Santa Ceia.
Ensina o bispo Fábio Saraiva que a páscoa tem o poder de mostrar a ressurreição de Cristo, a vida
manifestada, o corpo vivificado e que ela tem que ter essa doçura, o sabor da vida eterna e a
alegria de viver para sempre.
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada)” (1 João 1.1-2).
Entendemos que quando o apóstolo Paulo escreve aos Coríntios para se alimparem do fermento velho, ele
se refere à páscoa que o povo de Israel celebrava pela saída do Egito.
E adverte que não precisam comemorar a páscoa por esse acontecimento – que mais
representa a celebração da morte, da maldade a que os egípcios foram submetidos
com as dez pragas, sendo a última, a morte dos primogênitos.
Mas, que, devemos
comemorar a vida que nos foi manifestada e a vitória na cruz com a ressurreição.
Além do papel
O mais
impactante de tudo isso é perceber que Cristo não é apenas uma promessa
anunciada pelos profetas nas Escrituras. Ele é ação. Por isso mesmo chamado de
Verbo, porque está em constante movimento.
Se pegarmos o significado
do dicionário, vamos ver que verbo tem como definição "uma classe de palavras
que indica ação, processo, estado". A diferença é que o Verbo da vida se movimenta na
eternidade.
Analisa o bispo Fábio que, ao
ressuscitar ao terceiro dia, Jesus demonstra que vai além
das Escrituras, que não fica retido no papel.
Segundo ele, enquanto não nos apropriarmos
deste entendimento, nunca poderemos experimentar a novidade de vida que ele nos
oferece.
"Não poderemos viver a ressurreição de Cristo se, também, não entrarmos em ação", afirma o bispo Fábio Saraiva.
Antes da cruz, a nossa vida era uma, na qual a
maldição, as dores, as opressões estavam sobre nós. Depois da cruz,
experimentamos a regeneração das nossas chagas. Todo o peso do passado, do
pecado, fica lá.
Adverte o bispo Fábio Saraiva que, para alcançar essa renovação, assim como o Verbo, temos
que ter ação, ir além das palavras colocando em prática o que Jesus deixou
escrito pelos seus discípulos no Novo Testamento.
Até porque, toda ação
corresponde a uma reação. Obedecemos à palavra e Deus reage conforme a nossa
ação.
De olhos abertos
A cruz é apenas o início de uma vida cristã.
Ao dizer aos discípulos, “se alguém quiser
vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”
(Mateus 16.24), Jesus sabia da importância da crucificação na vida do cristão.
Ele sabia que sem a cruz é impossível ressurgir dos mortos e ser resgatado do
lamaçal do pecado.
O perigo de
não vivermos em ação, de ficarmos retidos em palavras é que os nossos olhos
permanecem fechados para a virtude do Espírito Santo, para a simplicidade de
Deus.
Foi o que aconteceu com os discípulos no caminho de Emaús. Eles não
perceberam que o próprio Jesus estava no meio deles:
“E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem” (Lucas 24.15-16).
De acordo com o bispo Fábio, os olhos dos discípulos estavam fechados porque eles estavam guardando a fé.
Cristo já havia dito que era necessário ele padecer na cruz e ressuscitar
ao terceiro dia. Mesmo assim, os discípulos ficaram se indagando a respeito do que
estava acontecendo.
Até que Jesus teve que dizer:
“(...) Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24.25-27).
"Mas, a fé
não é para ficar guardada. É para ser colocada em prática", diz o bispo Fábio.
Quantas vezes isso também não acontece com cada um de nós? Dobramos o joelho e pedimos uma resposta e não
percebemos que Deus já respondeu porque os nossos olhos estão fechados.
Assim
como os discípulos, não conseguimos reconhecer a voz do Mestre. Muitas vezes,
Ele está ao nosso lado e não percebemos.
Em nada nos
diferenciamos dos discípulos de Cristo. Da mesma forma que eles estavam sujeitos ao
pecado, à incredulidade, também experimentaram a virtude do Espírito
Santo, como nós também podemos experimentar.
"Mas, colocamos limites no agir de
Deus, bloqueamos a nossa fé", afirma o bispo Fábio Saraiva.
Segundo ele, quando
colocamos a nossa fé em prática, os nossos olhos se abrem. Nos tornamos
conhecedores do evangelho e viventes do poder de Deus.
É quando, finalmente,
entendemos o propósito da vida eterna ao nos tornarmos participantes do corpo e
do sangue de Cristo, por meio da Santa Ceia:
“E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu. Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes” (Lucas 24.30-31).
O novo nascimento
Com os
olhos espirituais abertos, podemos reconhecer a nossa natureza pecaminosa, as nossas
fraquezas e chegar diante do trono da graça sem máscaras, do jeito que estamos,
declarando o nosso desejo de viver em novidade de vida.
Com os
olhos abertos, podemos contemplar o reino de que tanto Jesus falou. Pois, para
que os olhos se abram, como dito anteriormente, é necessário sair do papel e
viver a palavra nascendo de novo:
“(...) Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3).
Explica o bispo Fábio que será preciso obedecer a palavra e se batizar nas águas para
caracterizar que somos filhos de Deus.
Mas, não
apenas, nascer da água, como também, do espírito, para podermos entrar e caminhar
nesse reino.
“(...) Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3.5).
É quando vamos receber o entendimento do evangelho para conhecermos o que
nos é dado gratuitamente por Deus (1 Coríntios 2.12).
“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Coríntios 2.9-10).
Só
conseguimos nascer do Espírito e contemplar as maravilhas do reino dos céus,
depois que deixamos o passado na cruz.
Do contrário, de nada adiantará ter
passado pela cruz se continuarmos com o mesmo pensamento, as velhas manias.
“E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5.24).
De olhos
abertos, entenderemos a importância de fazer da nossa vida a morada do Espírito
Santo.
Celebraremos a páscoa de Cristo com a alegria de saber que Ele habita em
nós e que nos ressuscitará no último Dia.
“E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita” (Romanos 8.11).
Perceba,
então, que existe um requisito para que nos tornemos imortais iguais a Cristo:
o Espírito Santo tem que habitar em nós.
Ele precisa nos conhecer para poder
nos chamar pelo nome ao nos ressuscitar dos mortos no último Dia.
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mateus 25.34).
Ouça "Ao partir do pão - Walmir Alencar":
♫♪ Mas ao redor da mesa / Se abriram os nossos olhos / Te reconhecemos / Ao partir do pão ♫♪
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