Cristo vive em mim


O desejo de Deus é que haja em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus: o compadecimento pelas almas

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2.20).

Em relação ao que o apóstolo Paulo declara dizendo que quem vivia por ele era Cristo, você, assim como eu, já deve ter pensado nesse versículo como se a passagem estivesse referindo-se à obediência ao evangelho. Não deixa de ser uma realidade.

Mas, agora vamos analisar por outro ângulo que o próprio evangelho nos permite. Vejamos o que Paulo fala aos Filipenses: 

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.5-8).

Percebemos, então, que viver Cristo vai além da obediência ao evangelho. O próprio Deus veio em carne experimentar a fraqueza do homem para mostrar que, mesmo vivendo na fraqueza da carne, também podemos experimentar o que existe na essência de Deus, por meio da compaixão.

Diz o pastor Fábio Saraiva que esta essência tem a ver com o sentimento que Paulo desejava que os Filipenses também tivessem. Por essas palavras do apóstolo, presumimos que ele experimentou este mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. E de tão bom que é, o desejo dele era que todos também viessem ter: 

“Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Filipenses 2.2).

Quando Isaías profetizou a respeito do Messias dizendo que Ele levaria sobre si as nossas dores e enfermidades (Isaías 53.4), podemos fazer uma reflexão do que motivou Jesus a fazer isso por nós. 

Encontramos uma dessas respostas numa declaração de Cristo quando estava com os discípulos: 

“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida” (João 6.63).

Se Jesus declarou que “a carne para nada aproveita”, resta provado que Ele sentiu as nossas dores e os nossos desejos. "Ele viu e sentiu, literalmente na pele, a maldade que tem dentro do homem e tantas outras coisas que nos contamina", reforça o pastor Fábio. 

Quando percebeu tudo isso, ainda de cima do Seu trono, a essência Dele se manifestou nessa mesma carne do pecado, para libertar a humanidade da condenação e nos oferecer a vida eterna.

O próprio Deus deixou Sua glória, por um amor que excede o entendimento. E quando Ele desceu nesse mundo se fazendo Filho, esse amor transbordava o fazendo se compadecer de todos os doentes, cegos, coxos e oprimidos promovendo milagres e maravilhas no meio do povo.

Paulo estava falando desse sentimento que houve em Cristo Jesus, desse compadecimento pelas almas que vão perecendo sem ter a esperança de ressuscitar para viver nas moradas celestiais que Cristo foi preparar.

E assim como Deus sentiu as nossas dores, Ele também quer que a gente sinta a dor do nosso próximo. "Somente assim, se colocando no lugar do outro, é que chegaremos à essência de Deus manifesta no Seu sobreexcelente amor", diz o pastor Fábio Saraiva. 

E Cristo viverá por nós. Daremos a nossa vã maneira de viver (Pedro 1.18) em troca da vida de Deus em nós.

“Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.” (Colossenses 3.3-4).


Ouça "Já estou crucificado - Fernandinho":



Já estou crucificado / Com Cristo / Agora vivo não mais eu

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