A nossa proteção se faz quando estamos em Jesus

“Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim” (João 15.4).

Muitas pessoas devem se perguntar onde está Deus que não interfere no caos que se encontra o mundo, se Ele tem poder para mudar qualquer cenário.

E a resposta para essa pergunta vem de uma revelação do evangelho trazida pelo bispo Luciano Nascimento: Jesus, o próprio Deus que se fez carne, tem poder, mas não exerce mais sua autoridade aqui.

Em outras palavras, estamos ao deus dará! Primeiro, porque, quando veio até esse mundo como Filho, Ele sempre lembrava que tinha um reino:

“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (João 18.36).

Segundo, porque Deus foi rejeitado e agora está no céu deixando o homem fazer o que bem entende com o seu livre arbítrio.

“Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza” (Romanos 1.24-26).

Deus não ama mais o mundo de tal maneira

Mas, então, o que significa o conhecido versículo de João 3.16 que diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”?

“Significa que Deus já amou o mundo, hoje não ama mais”, responde o bispo Luciano apontando para o primeiro capítulo do evangelho de João:

“Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (João 1.9-11).

Os homens o rejeitaram e o crucificaram duvidando da sua legitimidade: “Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus” (João 19.7).

Imagina se Jesus anuncia que era o próprio Deus... Teria morrido muito mais rápido!

“O próprio Deus nos visitou, mas o mundo não o conheceu” (Bispo Luciano Nascimento).

Mesmo assim, como a sua misericórdia é infinita, Jesus recebe todo aquele que acredita e vive pelo amor que ele veio ensinar:

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” (João 1.12).

Na oração sacerdotal, antes da crucificação, fica mais evidente ainda a misericórdia de Deus - Jesus - pela humanidade.

Além de rogar por aqueles que acreditaram no que estava anunciando - o evangelho da salvação -, ele também intercedeu por aqueles que iriam crer nas suas palavras, como nós, por exemplo.

Sem contar que, mais uma vez, atesta-se que Cristo não tinha mais compromisso com esse mundo: "Eu rogo por eles, não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus" (João 17.9).

Se Deus não ama mais o mundo, quem Ele ama, afinal? Vejamos:

“Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão” (Provérbios 8:17).

Jesus ama todo aquele guarda a sua palavra e faz a sua vontade:

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (João 14.21).

Além disso, vamos raciocinar um pouco: se Deus amasse esse mundo, ele não iria destruir tudo o que nele há quando voltar aqui para arrebatar os creram no seu nome:

“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão” (2 Pedro 3.10).

Diz o bispo Luciano que, nessa terra, nós temos que andar orando porque esse mundo jaz no maligno. “A palavra diz: vigiai e orai porque esse não é o nosso lugar. Somos peregrinos e forasteiros”, afirma.

Só de pensar nisso, imagino a oração como se fosse um grande manto nos cobrindo dos males e a terra como um grande vale da sombra e da morte entendendo o porquê Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12).

Vigiai e orai

O evangelho é repleto de revelações que atestam que agora só podemos contar com a misericórdia do Espírito Santo, o Consolador prometido por Jesus antes e depois da sua ressurreição. Uma delas está em 1 João 5.19-20:

“Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5.19-20).

O mundo está no maligno sabe por quê? Porque foi entregue a ele. Foi o que disse a Jesus na tentação do deserto:

“E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu” (Lucas 4.5-7).

Com o entendimento do que é verdadeiro, ficamos armados contra os principados e potestades:

“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Efésios 6.10-11).

É por isso que só nos resta clamar pela misericórdia do Espírito Santo, chamar a atenção de Deus para nós - já que ele tentou chamar a nossa atenção morrendo numa cruz -, orar incessantemente e viver pelo evangelho.

Pois, ao fazer isso, estamos protegidos: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 João 5.18).

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