O tempo que vos resta na carne

Cada ano que passa é um a menos no nosso calendário. "(...) porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé" (Romanos 13.11)
 

Muitos de nós acabamos vivendo como se o tempo fosse um recurso inesgotável.

Vivemos com a sensação de que “o dia mau” não chegará para nós ou que temos muito tempo pela frente – ainda mais quando se é jovem.

Não quero aqui estimular ninguém a viver uma vida acelerada.

Pelo contrário.

Sou adepta da expressão que diz para vivermos um dia de cada vez.

Até porque, a Bíblia ensina a corrermos com paciência a carreira que nos está proposta.

O que eu quero chamar a atenção é para o ato de "deixarmos para amanhã o que podemos fazer hoje" – ditado também conhecido como o conceito de procrastinação.

Sabe quando você faz aniversário e a impressão que dá é de longevidade, que está vivendo mais?



Pois é, mas não se iluda!

A real é que o seu tempo está acabando. É um ano a menos que você tem.

É igual vela: quanto mais tempo ela fica acesa, mais rápido acaba.

Parece uma analogia boba, né?

Mas repara só quando você foi jovem – ou você que é jovem ainda.

Lembra de quando tinha toda a disposição do mundo?

Talvez ficasse acordado (a) até tarde ou o dia todo na rua “batendo perna” – como diz minha mãe.

Os anos passam e aquele vigor vai desaparecendo aos poucos.

Aquela disposição vai sumindo e a casa – que antes era motivo de fuga – vira refúgio.

Ou então, passa a viver parece galo – dormindo cedo de tão cansado (a) da lida diária.

E quando menos se espanta, os aniversários te levam para a casa dos amigos da família “enta”.

E aí você começa a lembrar dos tempos de infância, adolescência ou juventude como se fosse “ontem”.

Então a ficha cai: “O tempo passou que eu nem vi”.

O apóstolo Paulo percebeu que o tempo estava se esgotando e procurou convencer os Romanos:

"E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé" (Romanos 13.11).

“O fim da linha” estava mais perto – como vela acesa, prestes a apagar.

Só pensava em vingar a desobediência cumprindo a obediência.

E compensar tanto tempo perdido sem conhecer o autor e consumador da fé.

Deixou o vaso ser quebrado.

Esvaziou-se de tudo o que julgava saber para que fosse preenchido com a excelência do conhecimento de Cristo.

O vaso foi refeito. Se deixou transbordar.

Tudo o que aprendera na nova jornada procurara comunicar aos outros, seja de forma verbal ou por carta:

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus" (Efésios 5.15-16)

Em outras palavras: veja o que você está fazendo com o seu tempo. Não ande como alguém que não sabe ou não acredita na ressurreição do último Dia. Os dias são maus.

O apóstolo Pedro, entendendo o recado, também alertava:

“E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração” (1 Pedro 4.7).

Recomendava que andássemos em temor durante o tempo da nossa peregrinação.

Entendia que havíamos sido resgatados da nossa vã maneira de viver.

E procurava gerar o arrependimento em quem passasse por ele:

"Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus" (1 Pedro 4.2).

Falava de amor, mas, também, de juízo.

Que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite.

Que os céus passarão com grande estrondo.

Que os elementos ardendo, se desfarão.

Que a terra e as obras que nela há, se queimarão.

Até perguntar:

"Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade, aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?" (2 Pedro 3.11-12)

E trazia à memória que nós, segundo a promessa de Cristo, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.

Um lugar onde há muitas moradas e que já está preparado, não aqui nesse mundo, mas no reino dos céus!

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