"Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o Dia de Cristo estivesse já perto" (2 Tessalonicenses 2.1-2).
Cada dia que passa, tenho a impressão que o ser humano vai ficando mais “lesado” no entendimento (com o perdão da expressão).
O que eu quero dizer é que, de um tempo pra cá, o homem (me refiro também ao sexo feminino) parece estar tendo mais dificuldade para compreender as coisas (e eu me incluo nisso).
O evangelista Jonathan Nascimento falou sobre isso estes dias e mencionou o exemplo de crianças que tem apresentado dificuldades enormes para assimilar deveres escolares básicos.
Desde 2019 tenho participado de reuniões de pais e mestres na escola e ouço muitos relatos de pais e mães de crianças que falam a mesma coisa: que o filho ou filha fica disperso (a) na hora da aula e de fazer os deveres; não tem interesse de estudar e não compreende atividades simples.
Fiquei me perguntando: o que está acontecendo?
Daí o evangelista Jonathan comentava exatamente sobre isso ao pregar sobre o porquê Jesus falava por parábolas e, cheguei à seguinte conclusão, pela misericórdia do Espírito Santo: quanto mais a vinda de Cristo se aproxima, mais o inimigo das nossas almas trabalha para que o ser humano não chegue ao conhecimento da verdade.
"Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" (2 Aos Coríntios 4.3-4).
Não à toa existe essa profusão de informações disponíveis como nunca antes na história da humanidade, para que as pessoas fiquem cada dia mais distraídas.
Veja isso:
"E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não lhes é dado (Mateus 13.10-11).
Por que aos discípulos era dado conhecer os mistérios do Reino dos céus e à multidão, não?
"Porque, se as coisas simples já eram difíceis para a multidão compreender, imagina as complexas", disse o evangelista Jonathan.
É como diz o livro de Hebreus:
"Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal" (Hebreus 5.13-14).
É como na escola. Primeiro a criança aprende o be-a-bá para depois assimilar as disciplinas mais complexas nas séries subsequentes.
Acerca do evangelho, percebo que o deus deste século tem cegado os entendimentos dos incrédulos para que não sejam libertos, curados e salvos, como bem profetizou Isaías e explicado por Jesus aos 12:
"E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure" (Mateus 13.14-15).
Tardos de entendimento
Outro exemplo foi durante toda a peregrinação de Cristo na terra ensinando aos discípulos acerca das coisas que iriam acontecer.
Num dado momento, enquanto Jesus falava das moradas celestiais, que iria nos preparar lugar e, voltar para nos buscar, Filipe lhe perguntou: "Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta" (João 14.8).
Ao que Jesus respondeu:
"Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras" (João 14.9-10).
Isto porque, minutos antes, Jesus havia acabado de explicar para Tomé que quem o conhece, também conhece o Pai e, mesmo assim, Filipe não havia entendido.
Na crucificação, depois que Jesus ressuscitou, os mesmos discípulos que haviam ficado mais tempo com ele aprendendo as coisas do reino, ficaram dispersos sem saber o que fazer e perguntando um ao outro o que se passava.
Até que Jesus apareceu entre eles, os quais não o reconheceram e, começaram a falar com ele como se fosse uma pessoa qualquer que estava de passagem por Jerusalém e não sabia o que tinha acontecido naqueles dias.
Depois de ouvir o que os discípulos estavam lhe contando, Jesus ressuscitado, falou:
"Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lucas 24.25-27).
Sem contar no exemplo mais emblemático de todos: a dúvida de Tomé de que Jesus realmente havia ressuscitado.
A coroa
É bom destacar que o evangelho alerta para o esfriamento na fé que sobreviria nos últimos dias.
Ainda explicando aos discípulos porque falava com a multidão por parábolas, Jesus disse:
"Porque àquele que tem se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado" (Mateus 13.12)
Entendo com isso, que até aqueles que um dia tiveram o conhecimento da verdade, se não cuidarem, até isto lhes será tirado. "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia" (1 Aos Coríntios 10.12)
"Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa" (Apocalipse 3.11)
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