Preparados para as batalhas espirituais

Esses dias eu conversava com uma amiga irmã, Joevanda Cavalcante, sobre esse tesouro que é o evangelho, quando Cristo direcionou a conversa para algo que ainda não havíamos atentado sobre a armadura de Deus. 

Fomos direcionadas a compreender que o tempo que passamos orando, meditando na palavra e buscando a presença do Pai, é como se fosse o período de treinamento para as batalhas diárias - como fazem os soldados que estão sempre em preparação para saber o que fazer durante um conflito e, também, estarem em forma.

O apóstolo Paulo já nos lembra em sua carta aos Romanos que todos os dias somos entregues à morte e reputados como ovelhas para o matadouro (Romanos 8:36). Entendemos com isso, que, mesmo desafiados e afrontados, diariamente, se estivermos em comunhão com o Pai, somos mais que vencedores em todas estas coisas.

Isto porque, saberemos exatamente que “arma” usar em cada batalha, pois o Espírito Santo nos dará a direção sobre o que fazer com base na meditação que tivermos feito “durante o treinamento”:

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26).

Daí a necessidade de meditarmos na palavra continuamente como ensina o Salmo 1, pois é ela quem nos fará mais que vencedores em todas as coisas a partir da nossa obediência. Se não fizermos isso, o Espírito Santo não terá como nos lembrar do que Jesus falou. Afinal, como lembrar de uma coisa que nunca vimos ou ouvimos?

Guerra contra quem?

Também compreendemos mais profundamente quando o apóstolo Paulo diz aos Efésios que a nossa luta não é contra a carne e sangue, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais (Efésios 6:12). Ou seja, não é contra pessoas e, sim, contra essa classe de demônios que rege o comportamento de muitos. 

É que as “armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus” (2 Coríntios 10:3-4). Explico: uma vez que nos tornamos espirituais - a partir do novo nascimento nas águas do batismo - fomos “alistados” para a guerra.

O detalhe é que a principal batalha que travamos nessa guerra é contra a nossa própria carne que quer permanecer sujeita ao “príncipe das potestades do ar” (Efésios 2:2) que guia, no curso deste mundo, os que não se sujeitam a Deus (Efésios 2:3). 

Veja como descreve a versão Revista e Atualizada sobre esse conflito entre a carne e o espírito:

“Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gálatas 5:17).

Por isso que as armas da nossa milícia não são carnais, porque não podemos vencer os principados e potestades com a força do nosso braço. Eles só podem ser vencidos com a intervenção do Espírito Santo, se estivermos revestidos de toda a armadura de Deus como orienta o apóstolo Paulo:

“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Efésios 6:10-11).

E essa armadura, conforme mencionado aqui, nada mais é do que o próprio evangelho. 

Precisamos, então, estar selados com a palavra da verdade a fim de que possamos levar "cativo todo entendimento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10.5) e vencer os principados e potestades que operam “nos filhos da desobediência” (Efésios 2:2), os quais não sabem (ou não querem saber) que estão sendo guiados pelo deus deste século:

“E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo em cuja vontade estão presos” (2 Timóteo 2:24-26). 

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