O evangelho é razão e não emoção

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Partindo da ideia de que uma decisão é tomada de forma consciente, vamos analisar desse ponto de vista a escolha de seguir a Cristo.

Quando Jesus fala que aquele que crer e for batizado será salvo e aquele que não crer será condenado (Marcos 16:16), a decisão de segui-lo será uma questão de consciência.

Uma vez que tomamos conhecimento do reino dos céus, da vida eterna e do destino que a nossa alma terá quando a cortina da vida se fechar, não precisamos esperar que Deus "toque no nosso coração" para tomar a nossa cruz e seguir Jesus.

Conscientes da verdade

A misericórdia de Deus e o seu infinito amor O fez se despir de toda a Sua glória para vir ao mundo como Filho - na carne do pecado - anunciar as boas-novas da salvação. 

Ele veio dizer que esse mundo se reserva como tesouro e se guarda para o fogo até o Dia do Juízo (2 Pedro 3:7), ou seja, até o dia que Jesus voltar para buscar os que creram nas Suas palavras.

Por isso que Ele ressalta que aquele que crer e for batizado será salvo e quem não crê será condenado, porque só existem dois caminhos: o céu e o inferno. Logo, já temos consciência da verdade que Jesus veio anunciar.

Mais que vencedores

O mesmo vale para vencer o mundo. Precisamos nos afastar daquele pensamento de que não conseguimos ser fiéis a Deus, que é muito difícil seguir Jesus e que a carne acaba nos vencendo. Esse pensamento só fortalece a carne sobre o espírito.

Acredito que quando o apóstolo Paulo fala que em todas as coisas somos mais que vencedores em Cristo (Romanos 8:37), é porque nós temos o evangelho para usarmos como armadura de forma racional.

Aos Coríntios, ele escreveu dizendo para levarem todo entendimento cativo à obediência de Cristo (2 Coríntios 10:5). Isso é usar o evangelho conscientemente sabendo das consequências de tomar uma e outra decisão. 

Antes de consumar o pecado que estiver diante de nós, iremos lembrar do que Jesus falou levando nosso entendimento à obediência da Palavra. Ao fazermos isso, inevitavelmente iremos padecer na carne por não fazer a vontade dela. 

Em compensação, a teremos vencido por causa da nossa fé no evangelho:

"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé" (1 João 5:4)

Culto racional

Agora, observe essa instrução do apóstolo Paulo aos Romanos: 

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12:1)

Perceba mais uma vez a razão do evangelho entrando em cena. Como iremos apresentar o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus se não for de forma consciente? 

Primeiro, vamos compreender o que é entregar o corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. 

Compreendo que é como se estivéssemos passando por uma região turbulenta, cheia de tentações, antes de chegar ao Trono da Graça. 

Para passarmos ilesos por essa região, não podemos ceder às tentações do caminho, o que pressupõe sacrifício, padecimento na carne por deixá-la na vontade de consumar o pecado.

E isso não tem nada a ver com emoção. É uma decisão racional. Percebe como tudo se resume na consciência da situação?

Padecer é vencer

Por isso que não há porque justificar o pecado dizendo que “a carne é fraca”. Se temos consciência do certo e do errado, não tem desculpa para colocar o deslize na “conta” da carne porque estamos cientes de tudo.

Além disso, temos a palavra do evangelho para vencer o pecado, como já dito anteriormente. E mais:

“Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento: que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado” (1 Pedro 4:1)

A palavra está nos ensinando que, quando estivermos prestes a cair em tentação, o pecado será vencido quando lembrarmos que Cristo também foi vitorioso sobre ele quando padeceu por nós na carne - isto é, quando não cedeu à vontade dela.

Concluindo, cultuar Jesus de forma racional é viver neste mundo sóbria, justa e piamente vigiando e orando a tempo e fora de tempo para não ser apanhado pelas trevas e perder o galardão que nos aguarda nos céus.