A escolha de Jesus em aparecer primeiro para uma mulher nos faz refletir sobre tal decisão.
É inegável o valor que o próprio Deus, na forma de Filho, deu às mulheres em uma época em que elas eram muito mais estigmatizadas do que nos dias atuais.
Muitos são os motivos para relembrarmos o marcante acontecimento da ressurreição de Jesus, sendo o principal, a vida eterna.
Para as mulheres, no entanto, esse acontecimento marca também uma mudança de paradigmas.
Afinal de contas, Raboni (o Mestre) apareceu ressuscitado primeiro para alguém que não tinha valor algum perante a sociedade.
Maria Madalena, a mulher que foi pega em adultério e estava prestes a ser morta apedrejada, teve o privilégio de ser a primeira pessoa a ver seu Mestre vivo!
Além de vê-Lo, ela também foi a primeira a anunciar a ressurreição do Salvador a mando do seu Mestre:
"Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor e que ele lhe dissera isso" (João 20:17-18).
Lendo isto, fico a pensar que o nosso Amado poderia ter aparecido para qualquer outra pessoa, até mesmo os discípulos que andavam com Ele muito mais do que Maria Madalena.
Não me vem outra conclusão, porém, a não ser o registro para a posteridade sobre tal ato inaugurando um tempo novo para as mulheres.
Quanta simbologia em um simples gesto do Autor da Vida! O Ide do Senhor foi cumprido primeiramente entre a Grande Comissão: "vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus".
Era preciso restaurar a fé que havia se esfriado entre as ovelhas com a morte do Bom Pastor:
"Então, Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão" (Mateus 26:31).
Os discípulos precisavam crer novamente que tudo o que Jesus havia predito sobre o que iria acontecer, era verdade. Então, o mesmo Mestre explicou tudo de novo para cada um até não restar nenhuma dúvida:
"Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!" (João 20:27-28).
Desde então, depois que o Ide se cumpriu primeiramente entre os próprios comissionados, esse chamado percorreu os confins da terra até chegar a nós e em cada coração que crê e recebe Jesus como Senhor e Rei na sua vida.
Quando essa esperança de viver para sempre, ainda que esteja morto, chega em terrenos férteis (corações quebrantados), ela frutifica para Deus. O Pai, que é o lavrador, consegue colher bons frutos na estação própria:
"por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade" (Colossenses 1:5-6).
Sinta-se convidado a fazer parte dessa Grande Comissão. Sinta-se alcançado por essa graça que nos abraça e nos salva, pois ela é para todos:
"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens" (Tito 2:11).
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