Não precisa ser um ateliê ao nível de um artista. Só de decorar sua casa ou um cantinho dela com objetos que rememoram episódios importantes da sua história, já é o bastante para não esquecer de ser grato.
Foi a isso que me remeteu o "Arte Casa com Café" no Ateliê Manu Militão - um encontro de aromas, sabores e cores que aguçam os sentidos, que experimentei em um despretensioso domingo, em 7 de julho, em Brasília.
Ao ver as câmeras fotográficas que o artista visual Manu Militão guarda - algumas delas que contam uma parte da sua trajetória profissional -, lembrei da primeira câmera fotográfica que ganhei do meu pai.
Eu não tenho mais essa câmera. Não tinha esse pensamento na época em que me desfiz dela. Mas a gratidão transborda toda vez que vejo uma.
Meu pai me deu ela quando eu trabalhava em redação de jornal. Quem já trabalhou comigo sabe o fascínio que tenho pela fotografia.
E foi bem nessa época que desenvolvi e explorei meu olhar fotojornalístico em um casamento perfeito com as matérias que escrevia.
Como nós tínhamos apenas um fotógrafo para mais de cinco repórteres, nem sempre ele conseguia acompanhar cada uma das pautas.
Então, sempre o dispensava dizendo que eu mesma faria as fotos para as minhas matérias. Me realizava fazendo isso. Os registros saíam do jeitinho que eu entendia que ficaria melhor para ilustrar o conteúdo.
Era incrível e eu amava o processo!
Estimule a lembrança dos bons momentos
Voltando para a ideia do ateliê. Conto essa memória para estimular você não a acumular bugigangas, como se diz, mas a trazer ao nível de consciência momentos que foram importantes na sua vida.
Hoje, percebo que um objeto físico tem esse poder de evocar memórias, assim como aromas, sabores, texturas, música - e por que não, as artes visuais?
Agora, se você é artista e também quiser montar ou já tem seu próprio ateliê em casa ou já decora seu lar com as suas obras, que encantador deve ser te visitar e ver sua personalidade expressa de variadas formas artísticas!
Pois foi assim que me senti na casa do Manu, encantada com aquele ambiente que deixou o meu domingo mais descontraído e contemplativo.
Particularmente, adorei a experiência. Fica a dica para quem curte um programinha relaxante que mistura arte com gastronomia com um cafezinho torrado na hora.
O próximo será em agosto. O primeiro foi em junho, ao pôr do sol, contrastando com as luzes amarelas da parte de fora do ateliê - a coisa mais linda, segundo me contaram.
Memorial do povo de Deus
Por falar em memorial, quem nos ensina a cultivar esse hábito da lembrança de coisas boas que nos acontecem é o próprio Deus.
Em todo o capítulo 4 do livro de Josué, lemos a instrução que Ele mesmo dá para que fossem retiradas 12 pedras do meio do rio Jordão para que fossem erguidas, tanto no alojamento em que o povo de Israel iria passar a noite, quanto no meio do rio onde todos atravessaram a pés enxutos. E ainda falou o motivo:
“para que isto seja por sinal entre vós; e, quando vossos filhos no futuro perguntarem, dizendo: Que vos significam estas pedras?, então, lhes direis que as águas do Jordão se separaram diante da arca do concerto do Senhor; passando ela pelo Jordão, separaram-se as águas do Jordão; assim que estas pedras serão para sempre por memorial aos filhos de Israel (Josué 4:6-7).
Soma-se a essa necessidade de criar maneiras de lembrar de acontecimentos bons o chamado viés da negatividade, que é a tendência do nosso cérebro dar mais atenção às coisas negativas do que positivas.
Basta fazer um pequeno exercício de tentar lembrar do que te aconteceu de positivo ou negativo na sua trajetória.
Eu já fiz e só consegui lembrar de tudo de ruim que me aconteceu, como se a minha fosse/tivesse sido um caos. Tive que fazer um esforço muito grande para recordar de momentos agradáveis.
Para minha grata surpresa, encontrei boas lembranças. 🙏
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